sábado, 31 de julho de 2010

Todo tédio que há em mim,

Nem toda palavra é aquilo que o dicionário diz, nem todo pedaço de pedra se parece com tijolo ou com pedra de giz.
Avião parece passarinho que não sabe bater asa, passarinho voando longe parece borboleta que fugiu de casa.
Borboleta parece flor que o vento tirou pra dançar, flor parece a gente pois somos semente do que ainda virá
A gente parece formiga, lá de cima do avião.
O céu parece um chão de areia, parece descanso pra minha oração.
A nuvem parece fumaça, tem gente que acha que ela é algodão, algodão as vezes é doce, mais as vezes não é doce não.
Sonho parece verdade, quando a gente esquece de acordar.
[O Teatro Mágico]
Se existe um grupo que realmente sou fã e que me inspira é justamente O Teatro Mágico (mágico mesmo!), mas não quero falar sobre isso.
Diante dos trocadilhos, que eles fazem questão de ter em cada música, acho-me neles. Talvez por serem verdades escondidas, metáforas que levamos um tempinho, até atingir o discernimento.
Ai, ai, o poema de hoje esqueceu de chegar, a inspiração também não veio, hoje possuo apenas algumas palavras e até elas insistem em não sair de mim, eu peço, imploro, mas meu pensamento não para, dai, quando acho que estou pronta para escrever vem mais pensamento e esqueo que estava pensando.
Os meus passos de hoje quero que sejam reduzidos, quero me limitar a uma boa música, um belo livro e claro, um aconchego bem quentinho.
Talvez a minha fé tenha apagado minha memória.
Nossa, estou apelando para que os dias passem rápido e volte a minha rotina que eu dizia ser um saco (desculpa o termo!). Pois é, sinto falta dos afazeres mais complicados, dos pensamentos da aula de filosofia, dos desenhos enigmáticos surgidos de uma mente nem tão criativa. Até dos afetos e abraços matinais tenho sentido falta. Ah, isso tem me consumido, mas sei que já já chega o fim.
Quero festa, quero doce, quero bala, algodão doce também, quem sabe até pipoca, mas ao mesmo tempo quero ficar quietinha, em excursão interna.
Chega de palavras, vai mente... Continue a funcionar!
                                                       [Camila Duarte]

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